sábado, 4 de junho de 2016

A Laranja Bichada da MPB


Relembrando esse samba antigo, vem a saudade dos tempos em que a música popular brasileira tinha bons arranjadores que faziam obras de arte sonoras só com instrumentos acústicos, e as composições tinham letras realmente inteligentes, algumas mesmo verdadeiras obras primas poéticas.

A culpa do que acontece hoje com a MPB não é do povo. As laranjas bichadas que são empurradas goela abaixo dos espectadores de TV, rádio e shows é culpa da indústria da música, da mídia e das gravadoras, ou como disse Elis Regina em uma entrevista, a culpa é dessa indústria que usa esses nomes "marketing", "merchandising" e "esses nomes em inglês".

Na década de 70 e 80, quando o rock imperava no Brasil, alguém disse "O samba está morrendo". Hoje, em 2016, o samba está aí, mas onde estão todas aquelas bandas de rock que infestavam os programas de auditório? Onde estão as duplas "sertanejas" que iam dar entrevista todo domingo no Faustões, Gugus e Anas Marias Braga da vida? MC Créu? Bonde do Tigrão? Onde estão?

O que é confortante, no meio desse terreno baldio sonoro gigante, ter a boa surpresa de ver aqui e ali jovens de 15, 20 anos, geralmente estudantes de música, ouvindo e tocando choro, apreciando Bossa Nova ou música dos Festivais dos anos 60. Jovens sabendo quem é Noel Rosa, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Tom Jobim, Waldyr Azevedo, Jacob do Bandolim, Cartola, Chico, Vandré, Edu Lobo, Elomar Figueira Melo...

Não tem poder de mídia ou do dinheiro que acabe com uma coisa que não se compra e não se vende: a ARTE.
O resto é silêncio.

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